Edição comemorativa dos
160 anos de advento do Espiritismo
18.04.l857 a l8.04.2017
por José Olívio
Quando
o Cristo andou no mundo
Nem
tudo ele falou
No
entanto prometeu
Mandar
um Consolador
Para
explicar as parábolas
Que
o povo não interpretou.
Certa vez em Hydesville
Cento e sessenta se vão
(anos)
Próximo a Nova York
No novo mundo, então
Um fato aconteceu
Que abalou a opinião.
Duas
irmãs em um quarto
Acordaram
espantadas
Móveis
andavam sozinhos
E
nas paredes, pancadas
A
parentela acordou
Para
ver a embrulhada.
O velho Fox, o pai,
Muito vivo e corajoso,
Percebeu não se tratar
De história de trancoso
Cuidou logo em
desvendar
O caso misterioso.
Bolou
ele um alfabeto
Para se comunicar
“Cada letra do alfabeto
Tantas pancadas terá”
Assim, se comunicou
Com o outro lado de lá.
Ficou
sabendo de um crime
Para o qual até então
Não tinha
esclarecimento
Verificando mais tarde,
Comprovou o depoimento.
Depois
o mesmo sistema
Por Kardec foi usado
Os “raps” eram batidas
Um código utilizado
Agora as mesas girantes
Eram os entrevistados.
Posteriormente
um lápis
À cesta foi amarrado
Ou mesmo a uma
prancheta
O lápis adaptado,
Onde punha a mão do
médium
Pra atender ao
perguntado.
Depois
com a evolução
E a ordem superior
Os próprios médiuns
passaram
Com firmeza e destemor
A escrever com o lápis
As mensagens de valor.
O
médium bem que podia
Já com o lápis escrever
Saltando todo processo
Que acabamos de ver
Como provar sem
pancadas
Que havia um outro
ser?!
Surgia
o Espiritismo
Por Kardec organizado
Os autores são
espíritos
Por ele entrevistados
Não é obra de um autor
Pra ser personalizado.
Fruto
da investigação
Desse professor francês
A entidades do além
Muita pergunta ele fez
Foi revelado o
invisível
Caiu o pano de vez.
Kardec,
um poliglota,
Tinha várias formaturas
Doutorado em medicina
Sua tese foi segura
Isso para os invejosos
Era uma amargura.
Falava
italiano,
O alemão, o inglês,
Dominava o espanhol
Sem falar no holandês
Só não falava o
Esperanto
Por não ter chegado a
vez.
Seu
genitor foi juiz
Vejam sua formação
Aluno de Pestalozzi
E tinha diplomação
Em Ciências e em Letras
Sua real vocação.
Casou-se com dona
Amélie (Boudet)
De Esmerada educação
Professora, poetisa
Tinha rica inspiração
Na pintura traduzia
As cores do coração.
Quando
Kardec partiu
Ela soube conduzir
Atendendo ao apelo
Dele antes de partir
A livraria, a
Revista...
Foi-lhe fácil dirigir.
Antes
da era Moisés
Muitos deuses se
adoravam
O Sol, por exemplo, era
Um deus que se cultuava
Veio a Lei do Sinai
Que os egípcios
odiavam.
Ao
depois veio Jesus,
Segunda Revelação,
Aprimorou a primeira
Pregou o Amor, o Perdão
Mostrou que Deus não se
vinga,
Que o inimigo é irmão.
A
palavra Cristo é
O ungido, o anunciado,
Dizemos Jesus o Cristo,
Com artigo antecipado
Por ser o maior artigo
De Jornal dos
encarnados.
Por
que um rico outro pobre?
Um perfeito, outro
aleijado?
Um morre cedo , outro
tarde,
Um feliz, o desgraçado
Se todos eles são
filhos
Do mesmo Pai adorado?
Há
coisa que o homem não
Por si só pode saber
É necessário, portanto,
Que venha alguém lhe
dizer
Daí as revelações
Do homem sábio fazer.
Eis
a chave do mistério
Que Kardec decifrou
A trilogia perfeita
Que o cientista aprovou
Deixando de ser ateu
Pois a resposta
encontrou.
O
Espiritismo é ciência,
Doutrina, religião,
Filosofia, também,
Vez que dá explicação
Além de interpretar a
vida,
Prova à luz da razão.
Não
tem templo suntuoso
Nem carreira clerical
Não adota cerimônias
Não há qualquer
ritual
Oferendas não aceita
Como hoje é usual.
Não
se presta a instrumento
De pura dominação
Seu compromisso é
provar
Haver reencarnação
Que o suicídio é engano
Só agrava a situação.
Que não há céu nem
inferno
Nem anjo e nem demônio
Que a real vida é a
outra
Esta é senão um sonho
Cada um segundo as
obras
Nesse dito eu me
proponho.
Pra
um efeito inteligente,
Inteligente a causa há
Desse modo o
preconceito
Jamais nele existirá
Ninguém no globo
terrestre
Colhe o que não
plantar.
Que
graça maravilhosa
Termos a comprovação
Que após essa
existência
Reencontraremos o irmão
Não existe prova eterna
Nem eterna expiação.
Torna-se
indispensável
Essa observação
No que difere a
Doutrina
De outra religião
É que sem a Caridade
Não pode haver
salvação.
Toda
fé sem obra é morta
Não é difícil explicar
O Cristo curou no
sábado
Justamente para aprovar
Além do mais, se a fé é
cega,
Que valor ela terá?
Se
um pai imperfeito e mau
O seu filho não condena
A ficar eternamente
De castigo em sua pena,
Imagine o Criador
De ação boa e serena!
A
alma dorme na pedra
E sonha no vegetal
É despertada no homem
E se agita no animal
O cordelista verseja
O que diz o genial.
O
Espiritismo ajuda
Clarear o inexplicado
Comprova que Deus não
muda
E exalta o pecado
Dos que querem ser além
Do que foi anunciado.
O
orgulho, a cobiça,
O egoísmo, a
paixão,
As chagas da humanidade
Que levam o homem ao
chão,
Agora são abrandados
Por esta revelação.
Foram
palavras do Mestre
Viria um Consolador
Para completar sua obra
Interpretar seu teor
Muitos pensam ainda
hoje
Na volta do Salvador.
O
Espírito de Verdade
Prometido do Senhor
Já está no meio de nós
Há mais de cem anos
chegou (160)
Vide o Livros dos
Espíritos
E outros que falar eu
vou.
Através
dos médiuns veio
A Revelação Terceira
Allan Kardec utiliza
Vários médiuns de
maneira
Que não é ele o autor
Qual na segunda e
primeira (Moisés, Jesus)
Uma
plêiade de espíritos
Do plano celestial
Que já viveram na terra
E no espaço sideral
Cumpriram ordem do Pai
Sem alterar um sinal.
O
Livros dos Médiuns é (1861)
O segundo que escreveu
O terceiro, o
Evangelho, (1864)
O livro O Inferno, e o
Céu (1865)
E a Gênese que trouxe
luz (1868)
Ao cientista ateu.
Um
raio lindo de sol
No novo mundo desponta
Fez que o Velho Mundo
estale,
Qual se fosse uma
alavanca,
Bem como a criancinha
Que o seu avô levanta.
Hoje
a coisa anda animada
Com a transcomunicação
Já existe no além
Mais de uma estação
Através da qual o
espírito
Faz sua reclamação.
Fone,
rádio e tv...
Usam pra comunicar
Suas mensagens aos que
Estão do lado ode cá
Fax e computador
Nem é preciso falar.
Creio fui imparcial
Nas verdades repassar
Algo que eu não falei
Doutra feita vou falar
Se Jesus não disse
tudo,
Por que vou me
exaltar?!
Assim,
humilde, termino
De cumprir o meu dever
O Evangelho me diz
Assim devo proceder
Não me exalto pra
depois
Humilhado eu não ser.
***
Este
trabalho integra a antologia Contemporâneos 2018 que será lançada pela
Taba Cultural Editora entre dezembro/2017 e janeiro/2018.
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gostou comente e compartilhe com os amigos.
Caso
deseje participar de nossas antologias envie uma mensagem para:
taba@tabacultural.com.br
2 comentários:
Obs. Ao invés de doutorado em medicina, leia-se: DIPLOMADO EM DOUTOR
SUA TESE FOI SEGURA...
Este cordel foi objeto de um jograu na semana espírita de Alagoinhas realizada no início do mês de novembro de 2017, pelo grupo Joan a de Angelis. Essa ação merece ser copiada por inúmeros centros ou grupos espíritas.
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