E POR QUE NÃO?

de Regina Moniz Ribeiro

E por que não acordarmos com um sorriso largo no rosto para contemplar o nascer do sol e para ouvir os primeiros cânticos dos pássaros, em um momento único que é cada amanhecer?

E por que não cumprimentarmos as pessoas com um “Bom dia!”, sem levarmos em conta a sua cor, gênero, idade, crença ou classe social, e sem sabermos se para elas esta saudação poderia ser a única fonte de estímulo para continuar vivendo as suas vidas?

E por que não cumprirmos as tarefas diárias, por mais árduas que elas sejam, com amor, dedicação e responsabilidade, já que muitos estão à procura de um objetivo para desenvolver um trabalho, porém sem encontrar?

E por não agradecermos pelo prato de comida que nos é servido a cada dia, seja ele simples ou sofisticado, já que muitos morrem de fome sem ter o que comer?

E por que não nos presentearmos com alguns momentos de folga só nossos, para darmos um mergulho profundo  nas nossas reflexões, e viajarmos física ou mentalmente, não importa, para lugares mágicos, escondidos na nossa imaginação?

E por que não?

Seria difícil? Talvez! 

Porém nada se torna impossível quando temos em mente que a vida é uma questão de escolhas, e que apesar de sermos seres únicos, e protagonistas das nossas histórias, estórias, alegrias, tristezas, sucessos e fracassos, recebemos aquilo que doamos aos nossos semelhantes.

É através das nossas lembranças, pensamentos e sentimentos diários que nos damos o direito de viver a vida em um coletivo chamado humanidade, onde cada um precisa ser amado e respeitado em suas diferenças, numa ação recíproca aos seus semelhantes.

E nessa troca de emoções, em meio a certezas, incertezas e contínuas reflexões, que nos deparamos com um questionamento que brota do fundo das nossas almas em uma simplicidade tamanha,  e  que pode mudar todo o sentido das nossas vidas.

“E porque não vivermos a vida, em vez de apenas existirmos?”

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Este trabalho integra a antologia Contemporâneos 2018 que será lançada pela Taba Cultural Editora entre dezembro/2017 e janeiro/2018.

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