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terça-feira, 8 de agosto de 2017

SONETINHO BESTA DA ESPERANÇA!


de Manoel da Silva Araujo 


Meu coração é vão qual terra morta
Onde vermes ávidos se deleitam;
Sugam o meu sangue, o pulsar, espreitam
Todo o parco amor que a mim importa.

E o denso odor das idiossincrasias;
Farnel das excrescências; tão sagrado!
Pontiagudo desamor, malgrado,
Penetra cru na minha carne fria.

Se tenho um espírito assim estéril,
Terra apodrecida de cemitérios,
Que treme de medo à solidão.

Sei que o húmus indistinto da terra
Que por se opor à morte pela guerra;
Alimenta a vida em meu coração.


Este trabalho integra a antologia Contemporâneos 2018 que será lançada pela Taba Cultural Editora entre dezembro/2017 e janeiro/2018.

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