por
Lydia Pires de britto
Maria Amália pesquisava na biblioteca aonde encontrar
um livro que a orientasse naqueles momentos tão difíceis que torturavam sua
alma. A cada livro consultado, não encontrava
o que realmente desejava, não conseguia definir o que se passava em seu
interior. Seus pensamentos andavam sem rumo. Como encontrar tantas respostas
para suas indagações?
Seus pais pessoas religiosas, a criaram dentro de
certos padrões, porém Maria Amália sentia-se solta internamente. Relembrou a
trajetória de sua vida: caminhos tortuosos indisciplinada, o namoro acelerado
com Jorge Ricardo. Deixou a faculdade, Amor à primeira vista, dizia
justificando vontade de casar rapidamente. Estavam apaixonados. Repentinamente
voltou à realidade, olhou o relógio, devia voltar para a casa. Carlos Henrique
e Pedro Paulo, seus filhos, já deviam ter chegado do colégio e precisavam dela.
Sentia calafrios quando pensava em sua situação como mãe. Como esposa, dona de
lar. Que lar era esse, no qual sentia- se tão incomodada? Voltou a pensar, sem
ânimo para tomar o caminho de casa. Sentiu um gosto amargo na boca. Era como se
o fel de sua vida refletisse internamente. Conversando consigo mesma, entrou
numa lanchonete e pediu um suco. Precisava sair daquela situação. Seus
pensamentos iam de Ricardo Jorge a seus pais, como reagiriam seus pais na sua
separação? Falaria naquela noite com
Jorge Ricardo assim que ele chegasse do trabalho. Voltou à Biblioteca
releu sobre assuntos com relação a divórcios e após lentamente abandonou aqueles
livros, pois não diziam nada ao seu interno. No ponto do ônibus, distraída,
chocou-se com alguém que lhe pediu desculpa. Pessoas simples, que se dirigia ao
mesmo Bairro, mas que possuía uma vida bem mais difícil que a sua, mesmo assim,
Maria Amália justificava a sua decisão, iria sim, falar com Jorge Ricardo e não
se importaria com o resto. Não aguentava mais aquela vida sem perspectiva. E
partiu decidida a viver por outros caminhos que não retornasse aos padrões do
seu passado. Mas, a vida continua, pois naquela noite, Jorge Ricardo não voltou
para casa. Maria Amália passou a noite em claro. No dia seguinte recebeu a
noticia por um mensageiro, com um documento que dizia: “Querida, não aguento
mais este casamento, por favor, assine o divorcio: Jorge Ricardo. PS. Depois
dividiremos os bens.
***
Este
trabalho integra a antologia Contemporâneos 2018 que será lançada pela
Taba Cultural Editora entre dezembro/2017 e janeiro/2018.
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